A Janela Aberta

04-04-2013 22:07

A janela está aberta ... 

Tenho o mau hábito de ser muito curiosa, ou será que devo dizer o bom hábito ?... Talvez senão fosse toda esta minha curiosidade, todo este querer sempre mais , nunca teria chegado onde me encontro agora... se é que me encontro em algum lugar...

Pela janela espreito, vejo o ohorizonte á minha frente, com ele fito, imagino o que estará do outro lado , onde o mar desaparece e a linha continua...O que estará para lá do meu alcance, que vidas se movimentam, com o prepósito e com que objectivos ...

Espreitar pela janela faz-me acordar da inércia em que se encontra o meu coração, o meu espírito, desperta-me novas vontades, desejos nunca antes tidos...

Ir além das expectativas , procurar esse horizonte e percorrer a linha, tentar desvendar o seu mistério e descobrir onde é o seu limite ou deverei dizer :o meu próprio!

Imaginar que para lá, daquilo que os meus olhos alcançam, existe mais qualquer coisa... Algo á minha espera... 

Os barcos que navegam os mares, passam e ultrapassam tantas vezes essa linha... 

O que estará do outro lado , ou será que essa linha nunca chega a ser tranposta na realidade?... Ou será que não tem fim...

Ficará sempre a dúvida, ou devo eu própria embarcar numa aventura sem fim, rumo á descoberta do que o horizonte tem para me oferecer...

Ao longe, o vislumbro e parece que nada tem para me oferecer, ou talvez, tenha mas esteja á espera que eu o procure e o descubra...

Tenho vontade de fazer isso mesmo, partir em busca dessa linha, fazer um caminho, cuja a direcção é incerta, mas com a certeza de que vou á procura de algo, de mim , eu acho... 

Estou farta de estar aqui, de ser vista, analisada, julgada e nunca compreendida.Talvez longe , sozinha, distante do que fui, encontre realmente o que sou e o que quero da vida , ou talvez não seja preciso procurar-me e me encontrarei na mesma... 

Com a noite, o horizonte desaparece, a linha perde-se por entre a escuridão, fica apenas a certeza e a dúvida se ela contínua no mesmo sítio?....

Fecho os olhos e acredito que ela contínua lá...

O brilho das estrelas, a escassa iluminação da lua não me permitem ve-la, mas eu continuoa olhar para o local onde penso que ela esteja ... Talvez essa imaginação, essa ideia me faça continuar o meu caminho... As lágrimas rolam a minha face, o medo de não saber para onde vou, nem o que vou encontrar, fazem me realizar que algo me faz querer seguir...

E mesmo sem luz, sem caminho ou direcção sigo, persisto em caminhar, sem mapa, sem bússola e sem sentido....

Uma força superior me dirige e eu cega prossigo, o meu coração pulsa e o meu sexto sentido insiste que tudo tem sentido ... tudo menos eu mesma....!

Preço perdida, ... uma perda que na realidade não o é .. porque fui eu que quis, que achei emergente... olhar o horizonte e acreditar que no fim daquela linha se encontrava o meu destino ... a minha vida....

Muitas vezes, o desespero assola me o orgão que pulsa dentro do meu corpo, faz me pensar que nada mais ha neste mundo para eu conhecer, em que acreditar e para lutar... E é nesses momentos em que o horizonte é sempre o meu escape....

Ele sempre ao longe, como se de algo inacessível, mas ao mesmo tempo real se tratasse... Grita para mim... ou pelo menos ouço gritar o meu nome... como se quisesse dizer que nada está ainda perdido....

E eu analiso essa possibilidade, de existir algo mais para além daquilo em que já não acredito... Quem sabe um jardim de flores, uma selva repleta de animais, algo que desconheço, mas que chama por mim e me dissipa a agonia e faz com que o desespero diminua .... 

 

 

                                                                          Acredito que no horizonte e no fim daquela linha se encontra o meu destino....

A Janela Aberta

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